Faleceu hoje João Bénard da Costa, aos 74, aquele cuja criatividade e paixão resultaram em profundas mudanças que fizeram da Cinemateca aquilo que é actualmente. Várias vezes foi, nacional e internacionalmente, condecorado. Foi ainda actor para mais de uma dezena de filmes de Manoel de Oliveira, sob o pseudónimo de Duarte de Almeida.
As sessões programadas até 25 de Maio foram canceladas, sendo exibido amanha, às 21:30, o filme Johnny Guitar (1954), de Nicholas Ray (imagem à esquerda: Sterling Hayden e Joan Crawford), sendo este um dos «filmes da sua via» (viu-o cerca de 60 vezes na sua vida).
No comunicado da Cinemateca Portuguesa pode ler-se:
A Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema comunica com profundo pesar o falecimento do seu Director, Dr. João Bénard da Costa, e apresenta as condolências à sua família.
Membro da direcção desde 1980 e Director desde 1991, João Bénard da Costa confunde-se com a história da Cinemateca e do cinema em Portugal. Intelectual empenhado e activo em revistas e movimentos, historiador, escritor, programador, cinéfilos e não-cinéfilos associavam o seu nome ao cinema, a uma paixão contagiante transmitida em artigos de jornal, folhas de sala, apresentações, conferências e ensaios.
Os filmes da sua vida e o seu filme da vida não se distinguiam, e traziam sempre ecos afectivos, memórias culturais, reflexos dos debates que também viveu. João Bénard da Costa viu muitos filmes, todos os filmes, uma vida inteira de filmes, mas também via sempre filmes que mais ninguém via, porque neles descrevia o que lá estava e não estava, isto é, aquilo que não era aparente e óbvio antes de o lermos nos seus textos.
Foi de uma geração de cinéfilos cineclubistas, e das sessões para estudantes até à Cinemateca, passando pela Fundação Gulbenkian, sempre deu a ver os filmes que amava e os outros também, porque a História do Cinema é inclusiva e não exclusiva. Aprendeu com Henri Langlois, o mítico director da Cinemateca Francesa que conformou aquilo que ainda hoje, em grande medida, entendemos por uma Cinemateca. Ao longo de quase três décadas como Subdirector e depois Director da Cinemateca Portuguesa, nunca abandonou esse credo fundamental de dar a ver e de ensinar como se vê. De descobrir e dar a descobrir.
Terceiro Director da Cinemateca depois de Félix Ribeiro e Luís de Pina, a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema e os seus funcionários orgulham-se do seu legado e zelarão pela sua memória.
A Cinemateca suspende hoje as suas sessões, retomando a programação normal na segunda-feira.
Amanhã, sexta-feira às 21h30, haverá uma projecção do filme Johnny Guitar.
O corpo de João Bénard da Costa estará na Igreja de S. Sebastião da Pedreira a partir das 18h00 de hoje. Haverá missa de Corpo Presente às 21h00.
Amanhã, 22 de Maio às 14h00 missa e saída para os Olivais.
Membro da direcção desde 1980 e Director desde 1991, João Bénard da Costa confunde-se com a história da Cinemateca e do cinema em Portugal. Intelectual empenhado e activo em revistas e movimentos, historiador, escritor, programador, cinéfilos e não-cinéfilos associavam o seu nome ao cinema, a uma paixão contagiante transmitida em artigos de jornal, folhas de sala, apresentações, conferências e ensaios.
Os filmes da sua vida e o seu filme da vida não se distinguiam, e traziam sempre ecos afectivos, memórias culturais, reflexos dos debates que também viveu. João Bénard da Costa viu muitos filmes, todos os filmes, uma vida inteira de filmes, mas também via sempre filmes que mais ninguém via, porque neles descrevia o que lá estava e não estava, isto é, aquilo que não era aparente e óbvio antes de o lermos nos seus textos.
Foi de uma geração de cinéfilos cineclubistas, e das sessões para estudantes até à Cinemateca, passando pela Fundação Gulbenkian, sempre deu a ver os filmes que amava e os outros também, porque a História do Cinema é inclusiva e não exclusiva. Aprendeu com Henri Langlois, o mítico director da Cinemateca Francesa que conformou aquilo que ainda hoje, em grande medida, entendemos por uma Cinemateca. Ao longo de quase três décadas como Subdirector e depois Director da Cinemateca Portuguesa, nunca abandonou esse credo fundamental de dar a ver e de ensinar como se vê. De descobrir e dar a descobrir.
Terceiro Director da Cinemateca depois de Félix Ribeiro e Luís de Pina, a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema e os seus funcionários orgulham-se do seu legado e zelarão pela sua memória.
A Cinemateca suspende hoje as suas sessões, retomando a programação normal na segunda-feira.
Amanhã, sexta-feira às 21h30, haverá uma projecção do filme Johnny Guitar.
O corpo de João Bénard da Costa estará na Igreja de S. Sebastião da Pedreira a partir das 18h00 de hoje. Haverá missa de Corpo Presente às 21h00.
Amanhã, 22 de Maio às 14h00 missa e saída para os Olivais.
1 comentário:
O cinema em Portugal está de luto.
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